terça-feira, 25 de agosto de 2009

Contos de 2006

1 – 12 -2006


Todos os dias. Acordo, permaneço deitado, contemplo o teto, mas não o vejo. Procuro, em cada som, cada cor, cada frio e cada calor, nas palavras faladas, nas nunca ditas. Me encontro, perdido em caminhos já conhecidos. Todos os dias são diferentes. Todos os dias… vou até aquela biblioteca, escuto, toco, sinto, procuro aqueles livros, aquela mesa… as vezes tenho fome, outras não, mas sempre como naquele horário. Estou sempre a espera-la, há dias que ela vem, outros não, mas eu estou lá.
Durmo, ou acordo, algumas vezes é difícil saber onde um começa e o outro acaba. Tudo acaba sempre! E começo, mais um dia. Mas um dia irei inventar um outro dia diferente de todos esses dias, pois ei de acabar aqueles livros. Então terei fome, ficarei de pé, ou andarei, sem espera-la.
Vou correr, longe, sozinho, no escuro, vou viver. Habitar novos hábitos, diferentes da vida habituada aos sempre mesmos riscos.
Talvez seja ela... não quero que seja. Porém se tiver de ser alguem... que seja ela. Acho que ainda não estou pronto... Mirian ainda invade meus sonhos. Não a desejo, tambem não a repudio. Nòs nos encontramos, naquele dia, naquele instante, nòs mudamos. Ela ficou eu fui, ou foi o contrario.
E agora quando ja estava habituado a essa solidão, essa estranha invade meu mundo. Me olha, me ve, e mesmo sem nunca ter-mos nos tocado ela me toca, todos os dias, sempre, mas não é meu corpo, talvez seja minha al... não! Estou pensando demais, isso não faz bem, começo a imaginar coisas sem sentido, Alma, Deus, coisas. Não as quero! Sò quero o real! Ainda assim aquele olhar.... em algo toca e não é meu corpo.
Amanhã não irei! Esta feito.


2 – 12- 2006

Hoje foi estranho, simplesmente saltei da cama, não pensei, não olhei. Senti um chero forte, café, sim um bom café. Acho que foi a primeira vez em muito tempo que senti o sabor de algo. Hoje foi diferente, eu a esperei la fora, em pé. Ela foi, não disse nada, mas me acompanhou, ou foi o contrario, eu sorria. Não sei de que, sò sorria.
As vezes é preciso ir muito longe para descobrir o que sempre esteve em voce, outras basta parar e escutar. As vezes é preciso sonhar para acordar, outras basta realizar. As vezes sou feliz.
Eu venho me tornando eu mesmo ja a algum tempo, mas hoje eu me reconheci no espelho. Era eu, vivo, tinha algo nos meus olhos, era algo maior que eu. Era eu, o meu projeto de mim mesmo. Talvez isso seja minha alma, sim talvez seja. Minha alma, projeto de mim mesmo. Eu.
Nada foi falado mas ela entendeu, fomos andar no parque, calados, parando, tocando. Vi o olhar que me olha, vi a mim e a ela nesse olhar. Minha mascara havia caido. Uma duvida me ocorreu.... o que ha abaixo das mascaras?

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