quinta-feira, 30 de julho de 2009

NAO PRECISO DE NOTAS POIS ESCREVO MINHAS CANSOES NO VENTO
NAO PRECISO DE AOCORDES TENNHO O CAOS
NAO PRECISO DE INSTRUMENTO TENHO MINHA MENTE
NAO PRECISO DE PALAVRAS TENHO SENSAçOES
Brinco e danço e canto e silencio e vivo e morro
Sou cinzas sou ave
Sou fenix

Sou um estrangeiro
Estou de passagem
Sou turrista
Imigrante
Bom vivante

Nao durmo
Nao acordo
Sonho
Salto caio quebro conserto corro paro olho sinto amo choro tenho saudades sorrio gargalho
Vou no contra-senso sigo os sentidos na mao da contra-mao

Olho no olho do furacao
Sou mobile
Sou furacao
Sou brisa ventania calmaria
Sou marè cheia seca

Nao sou ninguem
Nao sou alguem
Apenas sou
Apenas vou

Terra escrita

Quero escrever, mas quero faze-lo em novo terreno, mais terra nao escrita.
Quero sentir o novo das palavras que ainda devem ser plantadas.
As alvoradas dos desejos nos brejos experimentados
Perdido nos abraços e nos laços de tantos outros braços
Aos berros, aos versos
Nas notas baixas dos contra-baixos
No desconpaso da fogueira
Debaixo da larangeira
No fundo meu quintal

.......

La mia anima brucia
Il mio fuoco chiama
La tua bocca bacia
La mia testa sente
Il tuo corpo parla

Ma non dice niente
Non è bisogno
Perché sei
Sei quell’ attimo
Quello

terça-feira, 21 de julho de 2009

To apaixonado


Definitivamente estou apaixonado! E como tal seguramente meu julgamento esta alterado e tudo parecerá ainda melhor do que é ou pode ser. Suas cores e odores, sua calma, sua velocidade, seus prazeres, as palavras escutadas, as compreendidas, as que não compreendi, que não compreendo, tudo foi maravilhoso neste primeiro momento. Frankfurt estou apaixonado por você!
Fui preparado para o preconceito seja no olhar, falar ou fazer, da parte daqueles que lá vivem. Mas não, nada, nem um único gesto. Ao contrario fui surpreendido exatamente pelo contrario disto. Ao ponto de experimentar coisas surpreendentes de um alemão como: “ Você é um alemão... de uma cor diferente, pois esta sempre sorrindo, sempre alegre”
Mas não são os alemães aquelas pessoas serias e xenófobas? Não, absolutamente por nada. Sérias ao trabalho, sérias ao respeitar as leis, sérias ao respeitar os outros. Mas divertidíssimas para se conversar, gentilíssimas ao te atender, respeitosas ao espaço dos outros, disponíveis a ajudar qualquer um.
Muita coisa mudou no meu paradigma. A forma como os “via”, imaginava, mas ainda mais no entendimento de como eles vêem a si próprios.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

quinta-feira, 9 de julho de 2009

"De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.”

Fernando Sabino, em “O encontro marcado”

quarta-feira, 8 de julho de 2009

um conto

É uma vez, e tantas outras, um homem, que sempre foi vários, e que buscava. Todos os que com ele se encontraram, perguntavam o que busca. O homem, que era um, mas também vários, abismado com a pergunta respondia sempre e de forma desconfiada e sem muito jeito, “não sei!”. As pessoas por sua vez ainda mais abismadas gritavam com os olhos e em silencio se perguntavam, e afirmavam, “quem é este, quão louco ele é? É um perdido....!”
Ainda assim, com toda gritaria e com todo o silencio, o homem, que era um mas também vários, experimentava, e caminhava, parava, chorava, retrocedia, corria,desistia , lutava, mas a cada manha tinha sempre um sonho. E dessa forma conhecia sempre mais, mais compreendia que sabia muito pouco. Não se pode dizer que era a frente de seu tempo, tampouco que era do passado, era sim do presente. Mas homens do presente dificilmente encontram pares, geralmente aqueles vem a conhecer estão no passado ou no futuro. É difícil encontras homens no presente.
Um dia caminhando pelas estradas por ele inventadas encontrou o tédio. Parou. E como uma vitima complacente padecia do veneno. E assim esteve por anos. Nesses tempos era somente o passado que batia em sua porta. Seus dias mais pareciam um cortejo fúnebre sem ponto de chegada e sem corpo. Um crime perfeito havia sido cometido,sem culpados, sem armas, sem vitimas, sem vestígios. O homem que era um, mas também vários, se deu um nome, um destino, e tornou-se um homem.
O cães ladram, mas a caravana não para. O mundo continuava, os projetos as historias.
Agora velho o homem, que outrora fôra muitos, sente a musica do fim, que se aproxima sempre mais e cada vez mais aguda.
Mas já la, a uma passo do esquecimento algo o perturba. E num ato impensado agarra papel e caneta. Escreve... escreve.... e escreve ainda por outros tantos dias e noites.
Ele morre.
Entretanto não desaparece, e sua jornada, hoje mito, é como uma lamparina que guia aos que são um, mas também vários, e que se lançam na vida e fazem do verbo uma grande skhole.
Fazemos uma viagem na qual cada estação é uma escolha e um desafio. Seguimos nossa razão e coração a fim de viver um hoje que crie um amanha. Quando chove vamos para rua, ainda que correndo o risco de sentir frio e ficar doente. Quando faz sol vamos para rua, ainda que possamos nos queimar. Brincamos.... e continuamos inocentes. Temos medo e choramos. E quando brigamos pensamos apenas em como seguir adiante. Conjugamos até aqui o Nós nunca o eu ou tu. E agora pela primeira vez teremos de lidar com a ausência um do outro. Mas que isso seja apenas mais uma estação onde poderemos crescer e aprender a encontrar-se consigo-mesmo... e que na próxima curva possamos sorrir quando nossos olhos se encontrarem.
Passei a ultima semana pensando em como terminar este texto... mas me dei conta que não é possível terminá-lo; primeiro porque ele conta uma historia e este não é o fim da mesma, segundo por que não quero escrevê-lo só... você continuara a escrevê-lo para que ao nosso re-encontro continuemos a conjugar o Nós...

sem titulo....

A possibilidade da luz surge nas trevas. Algumas coisas para nascer precisam matar outras. Somos todos assassinos buscando redenção. Mas que matamos afinal? Qual a redenção?
Matamos a morte. A vida não pode mais ter um final feliz.... acabou-se a poesia
Ha sempre um amanha que nunca chega e leva sempre a um outro amanha
Não se pode mais simplesmente adorar a vida. É preciso alcançar o nirvana, a redenção, a evolução.
Não! Eu quero morrer! Quero uma só vida! Finita e falha! Meu caminho minhas escolhas meus erros ... minha falta de ar debaixo d’agua e .... aquele medo misturado com curiosidade do escuro.
Quero aqueles momentos em que o ar me falta, em que não tenho terra nem teto, em que estou perdido como uma gota num oceano.. ou simplesmente aqueles momentos em que a chama se apaga. Quero aniquilar e criar.
Tirei de marcha e deixei no ponto morto. Não sei se é uma ladeira ou uma subida... ando cada vez mais lento e ainda assim.... ah.... ainda assim as coisas eu meu redor passam cada vez mais rápidas. Nem sei onde estou indo, talvez porque eu também não saiba como cheguei aqui. São ruas estranhas, ha muito barulho, mas também um silencio triste. Todos tem tanta pressa, ha sempre tanto a fazer. Eu estou esperando, porem não o faço sentado. Espero correndo e olhando, sempre não mais que alguns metros a minha frente. Ha curvas sinuosas nesse caminho. Ainda que este próprio caminho por vezes pareça não existir, pois ao um olhar mais atento ele mais parece uma trilha. Sim... acho que trilha é mais apropriado.

Napoli - Italia

Palavras...

As palavras sempre se perdem no vazio do tempo. Ainda assim seus efeitos são sentidos ao longo dos tempos. Talvez por isso eu me perca tanto em meio as palavras. Vejo que muitas vezes as não ditas são as mais... perturbadoras. Às vezes eu simplesmente esqueço-as, outras tenho medo e na maioria não sei ao certo qual usar, por isso não uso nenhuma. Mas tenho de escrever e isso me atormenta. Amo escrever, mas não o dever.
Estou evitando ler. Ultimamente tudo tem me parecido um pouco mais confuso que o habitual. Estou perdendo tempo e me perdendo nesse tempo. Acho que com os anos se pensa mais no tempo. O presente é sempre liquefeito então penso sempre no futuro. Sem essa de que “o futuro é agora”. Não suporto mais essas frases clichês e realmente não entendo porque temos sempre que ser classificados. Quando não são as palavras são os números. Performance média global! Até que soa bonito... porém eu sempre fico puto quando olho. Como assim... afinal sou avaliado por avaliações estúpidas. Como julgar a resposta quando a pergunta é estúpida? Definitivamente não tenho mais paciência para perguntas estúpidas! Acho que já disse isso linhas atrás... mas me recuso a ler o estou escrevendo! Perdoem... não quero fazer correções... prefiro com os erros. Com eles até parece que estou usando palavras novas, um novo mundo... sem gramáticas. Ai você para indignado e diz “ai seria o Caos, ninguém se entenderia!”, divertido, pois ninguém se entende e existem regras, muitas, demasiadas. Nós apenas fingimos que entendemos e se de fato entendemos algo que alguém diz, certamente não é pelo uso correto das palavras, é sim pelo corpo, pelo som, pelo cheiro, meu e do outro.

a busca

Por muito tempo acreditei que é a busca pela realização dos sonhos, a própria realização, que escrevemos nossos destinos. Não havia ainda pensado no imenso vazio da realização, pois esta é sobre tudo um processo de aniquilação, uma morte. Mas não nego sua força, ao contrario a exalto, não a venero, exalto. Ainda assim é o sonho o grande motor. O despertar.
Alma. Muitos diriam que falo de algo metafísico... mas quantos desses poderiam afirmar com toda sinceridade que nunca sentiram sua alma chorar, ou sorrir? O corpo sente a alma, o pensamento a transmuta. Os sonhos a alimentam.
Uma folha seca, um furacão, um belo espetáculo. Uma folha seca, nunca solitária, nunca entediada, mas sempre desgarrada da arvore que lhe deu vida, e da vida que perdeu ao cair (sair) da árvore, e que vida ganhou! Quantas paisagens conheceu, quantas outras folhas, árvores, conheceu(?). Sempre diferente. Pouco a pouco foi perdendo a cor, depois ficou rígida, depois perdeu a rigidez. O furacão de outrora, pura potência, agora brisa leve, leve como a folha seca que leva e traz.
Uma oração, uma musica, um grito, gemido. Um sonho. Varias almas. Livremente acorrentadas as paixões nos afastam quando nada mais o faz. Uma oração, pegadas ma areia. Criamos nossas bastilhas para em seguida implodi-las. Uma musica, e o silencio. A vida grita, eu a escuto, mas não consigo ouvi-la. Um gemido, já não tenho medo. Já não há esperança. Varias almas, varias folhas, varias arvores. Somente uma brisa, as onda cantam e eu... eu danço. Como no sabat, delirando e vendo a realidade que se escondes dos olhos sóbrios. Pois é no inconsciente que somos coerentes. É nos sonhos que encontramos a verdade.
Verdade que se desfaz logo que se toca. É no horizonte que as coisas são mais belas. Não tocamos a vida, apenas a sentimos, e sabemos que ela É. Doce no amargo e por isso sempre. E nunca e sempre na ultima primeira vez em os olhos calam todos as palavras nunca ditas. Mas que por isso são eternas e imutáveis e nelas cabem todas as coisas.
Uma folha seca, uma oração, um furacão, uma musica, um belo espetáculo, um grito, uma vida... e somente uma vida que nasce morrendo e caindo da arvore que lhe deu a vida. Fugindo não se sabe de que, de onde, nem desde de quando, dela se sabe somente seu fim. Alcançar o próprio fim.
Excessos de sucessos, em meio a todos os insucessos das tentativas nunca tentadas. No vazio pleno de tudo que é eu inventei a minha vida, pois na plenitude do nado erigi minha alma. Na boca do vulcão, no fundo do precipício sem fim onde todas as almas que ainda não foram são criadas e adoradas por deuses cansados. De que? Talvez... dos excessos de sucessos. De não existir um tempo para um tempo de duvida, pois todas as respostas já foram dadas antes de serem formuladas as perguntas. Deuses vazios... pois nada podem perguntar e portanto nada podem responder. Mesmo a aqueles que de joelhos dobrados rogam misericórdia por todos os pecados que não cometeram, mesmo a esses, esses deuses nada podem dizer ou fazer impotentes que são na duvida. O homem esta morto pois nunca chegou a nascer e o humano nada mais é que uma tentativa falhada de imperfeição.

Mudar...?

Mudar não porque não esta bom
Mudar não porque pode ficar melhor
Mas pura e simplesmente mudar
Pelo simples prazer da mudança

Mudar até o ponto que se transmute em meditar
Mudar não porque é chegado o tempo
Mudar apenas para criar um novo tempo

O que significa fazer ciência? O que è ser um cientista?

De uma forma simples poderíamos dizer que ciência é o confronto do mundo( real e realidade) em busca de entendimento do mesmo por meio da de uma metodologia racionalizante. Fazer ciência portanto é fazer perguntas e procurar responde-las. Apesar de nosso tempo dar maior importância as boas respostas que as boas perguntas. Sim pois trocamos facilmente a primeira pela segunda, afinal pensar da trabalho, e quase sempre nos faz ver mais coisas ruins que boas. Ainda assim nós cientistas provamos de êxtase ao mergulhar em águas profundas. E queremos mais e mais.
E o que é ser cientista? A resposta esta acima : “mergulhar em águas profundas”, com todos os risco e prazeres, precauções e equipamentos. E quais são estes equipamentos, onde compra-los? Bem apresentarei apenas dois dos quais penso serem os mais importantes. Amor e razão. Sim Amor, pois ser cientista é antes de tudo se entregar a alguma coisa e gostar tanto dela que a quer conhecer sempre mais, quer se identificar sempre mais, quer participar sempre mais dessa coisa. Depois vem a razão que ordena, classifica, divide, explica, recusa, cria conceitos e categorias. Se o Amor é o oxigénio a razão é tanque que comprime e evita que o ar se disperse e sobretudo que direciona esse “ar” ao lugar onde deve ir.
Fazer ciência, ser cientista, não é ser impessoal è sim ser objetivamente emocional. Certa vez um professor me disse “se faz ciência para mudar o mundo” e acrescento é também amar o mundo.