quarta-feira, 8 de julho de 2009

um conto

É uma vez, e tantas outras, um homem, que sempre foi vários, e que buscava. Todos os que com ele se encontraram, perguntavam o que busca. O homem, que era um, mas também vários, abismado com a pergunta respondia sempre e de forma desconfiada e sem muito jeito, “não sei!”. As pessoas por sua vez ainda mais abismadas gritavam com os olhos e em silencio se perguntavam, e afirmavam, “quem é este, quão louco ele é? É um perdido....!”
Ainda assim, com toda gritaria e com todo o silencio, o homem, que era um mas também vários, experimentava, e caminhava, parava, chorava, retrocedia, corria,desistia , lutava, mas a cada manha tinha sempre um sonho. E dessa forma conhecia sempre mais, mais compreendia que sabia muito pouco. Não se pode dizer que era a frente de seu tempo, tampouco que era do passado, era sim do presente. Mas homens do presente dificilmente encontram pares, geralmente aqueles vem a conhecer estão no passado ou no futuro. É difícil encontras homens no presente.
Um dia caminhando pelas estradas por ele inventadas encontrou o tédio. Parou. E como uma vitima complacente padecia do veneno. E assim esteve por anos. Nesses tempos era somente o passado que batia em sua porta. Seus dias mais pareciam um cortejo fúnebre sem ponto de chegada e sem corpo. Um crime perfeito havia sido cometido,sem culpados, sem armas, sem vitimas, sem vestígios. O homem que era um, mas também vários, se deu um nome, um destino, e tornou-se um homem.
O cães ladram, mas a caravana não para. O mundo continuava, os projetos as historias.
Agora velho o homem, que outrora fôra muitos, sente a musica do fim, que se aproxima sempre mais e cada vez mais aguda.
Mas já la, a uma passo do esquecimento algo o perturba. E num ato impensado agarra papel e caneta. Escreve... escreve.... e escreve ainda por outros tantos dias e noites.
Ele morre.
Entretanto não desaparece, e sua jornada, hoje mito, é como uma lamparina que guia aos que são um, mas também vários, e que se lançam na vida e fazem do verbo uma grande skhole.

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