quarta-feira, 8 de julho de 2009

a busca

Por muito tempo acreditei que é a busca pela realização dos sonhos, a própria realização, que escrevemos nossos destinos. Não havia ainda pensado no imenso vazio da realização, pois esta é sobre tudo um processo de aniquilação, uma morte. Mas não nego sua força, ao contrario a exalto, não a venero, exalto. Ainda assim é o sonho o grande motor. O despertar.
Alma. Muitos diriam que falo de algo metafísico... mas quantos desses poderiam afirmar com toda sinceridade que nunca sentiram sua alma chorar, ou sorrir? O corpo sente a alma, o pensamento a transmuta. Os sonhos a alimentam.
Uma folha seca, um furacão, um belo espetáculo. Uma folha seca, nunca solitária, nunca entediada, mas sempre desgarrada da arvore que lhe deu vida, e da vida que perdeu ao cair (sair) da árvore, e que vida ganhou! Quantas paisagens conheceu, quantas outras folhas, árvores, conheceu(?). Sempre diferente. Pouco a pouco foi perdendo a cor, depois ficou rígida, depois perdeu a rigidez. O furacão de outrora, pura potência, agora brisa leve, leve como a folha seca que leva e traz.
Uma oração, uma musica, um grito, gemido. Um sonho. Varias almas. Livremente acorrentadas as paixões nos afastam quando nada mais o faz. Uma oração, pegadas ma areia. Criamos nossas bastilhas para em seguida implodi-las. Uma musica, e o silencio. A vida grita, eu a escuto, mas não consigo ouvi-la. Um gemido, já não tenho medo. Já não há esperança. Varias almas, varias folhas, varias arvores. Somente uma brisa, as onda cantam e eu... eu danço. Como no sabat, delirando e vendo a realidade que se escondes dos olhos sóbrios. Pois é no inconsciente que somos coerentes. É nos sonhos que encontramos a verdade.
Verdade que se desfaz logo que se toca. É no horizonte que as coisas são mais belas. Não tocamos a vida, apenas a sentimos, e sabemos que ela É. Doce no amargo e por isso sempre. E nunca e sempre na ultima primeira vez em os olhos calam todos as palavras nunca ditas. Mas que por isso são eternas e imutáveis e nelas cabem todas as coisas.
Uma folha seca, uma oração, um furacão, uma musica, um belo espetáculo, um grito, uma vida... e somente uma vida que nasce morrendo e caindo da arvore que lhe deu a vida. Fugindo não se sabe de que, de onde, nem desde de quando, dela se sabe somente seu fim. Alcançar o próprio fim.
Excessos de sucessos, em meio a todos os insucessos das tentativas nunca tentadas. No vazio pleno de tudo que é eu inventei a minha vida, pois na plenitude do nado erigi minha alma. Na boca do vulcão, no fundo do precipício sem fim onde todas as almas que ainda não foram são criadas e adoradas por deuses cansados. De que? Talvez... dos excessos de sucessos. De não existir um tempo para um tempo de duvida, pois todas as respostas já foram dadas antes de serem formuladas as perguntas. Deuses vazios... pois nada podem perguntar e portanto nada podem responder. Mesmo a aqueles que de joelhos dobrados rogam misericórdia por todos os pecados que não cometeram, mesmo a esses, esses deuses nada podem dizer ou fazer impotentes que são na duvida. O homem esta morto pois nunca chegou a nascer e o humano nada mais é que uma tentativa falhada de imperfeição.

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